Quando falamos de bases de dados, um dos tipos mais utilizados e que você deve conhecer é o banco de dados relacional. Neste artigo, explicaremos do que se trata e por que é fundamental para as empresas.
O que é um banco de dados relacional?
Um banco de dados relacional é um conjunto de informações que se organiza em tabelas de colunas e linhas (registros). É chamado de relacional, justamente, porque os dados se ordenam em relações pré-definidas. Essas relações são conexões lógicas entre as tabelas que interagem ao conectar diferentes aspectos entre si.
Se você conhece bem as planilhas do Excel, pode ver que são bastante parecidas, mas não são iguais. De fato, os bancos de dados relacionais são desenhados para coletar grandes volumes de dados. Enquanto as planilhas do Excel são mais apropriadas para quando você não precisa de um gerenciamento de dados tão complexo. Além disso, os bancos de dados relacionais permitem que muitos usuários acessem e consultem os dados de maneira rápida e segura.
Modelo relacional de banco de dados: conceito
O modelo de banco de dados relacional foi criado em 1970 por Edgar Frank Codd nos laboratórios da IBM, para melhorar a forma como se consultavam os dados. Para entender melhor como funciona e por que é tão importante na era digital, explicaremos alguns conceitos fundamentais.
Embora fosse muito complexo para a época, este modelo se baseia no princípio de guardar os dados como relações (tabelas). As tabelas são formadas por linhas, que você pode ver na forma vertical (registros), e também por colunas, que você pode ver na direção horizontal. Cada linha contém um ID único, denominado chave, e as colunas da tabela contêm os atributos dos dados.
Os atributos são as características que queremos destacar das entidades, referem-se às pessoas, organizações, objetos ou conceitos sobre os quais temos interesse em armazenar informações.
Essa ID única de cada registro é conhecida como chave primária (primary key ou PK). Enquanto que cada linha pode ser vinculada para criar uma relação entre tabelas diferentes, por meio de uma chave estrangeira (foreign key ou FK). A chave estrangeira é apresentada como a chave primária de outra tabela existente.
Assim, você pode vincular qualquer tabela (ou relação) com outra por meio de um atributo em comum.
Modelo entidade-relação de banco de dados relacional
Como mencionávamos anteriormente, as entidades são as pessoas, organizações, objetos ou conceitos sobre os quais temos interesse em armazenar informações.
Agora bem, a forma de representar as relações entre essas entidades é por meio do modelo entidade-relação. Seu aspecto é o de um diagrama de fluxo, no qual aparecem elementos como os tipos de cardinalidade, as entidades, os atributos e as ações.
Quando falamos de cardinalidade, referimo-nos à forma como se relacionam as entidades ou tabelas. Existem três tipos:
- Um para um (1:1) Esse tipo de cardinalidade ocorre quando, por exemplo, um registro da entidade A se relaciona unicamente com um só registro da entidade B, e vice-versa.
- Um para muitos (1:M) É quando uma entidade A se relaciona com vários registros de uma entidade B, e cada registro da entidade B se relaciona unicamente com um registro da entidade A.
- Muitos para muitos (M:M) Surge quando a entidade A se relaciona com vários registros de uma entidade B e um registro da entidade B se relaciona com vários registros da entidade A.
Como dizíamos no início, as entidades referem-se às tabelas do banco de dados e são representadas em retângulos. Por exemplo, uma empresa de venda de roupas pode ter a Tabela Clientes, a Tabela Compras e a Tabela Artigos.
Os atributos são as colunas dentro das tabelas e são representados em óvalos. Seguindo o exemplo, na tabela cliente podemos ter a coluna Nome, a coluna ID cliente e a coluna Email.
Por último, as ações têm a ver com cada ação que permite que as entidades se relacionem entre si. Podem ser representadas com losangos. No caso do nosso exemplo, a ação pode ser REALIZAR para conectar Clientes com Compras, referindo-se ao fato de que o cliente faz uma compra.
SQL: a linguagem básica de um banco de dados relacional
Se você já ouviu falar de bancos de dados relacionais, provavelmente também ouviu sobre SQL. O modelo de banco de dados relacional geralmente conta com essa linguagem de consulta estruturada, também conhecida como Structured Query Language.
O SQL consiste em uma linguagem de definição, manipulação e controle de dados. Portanto, pode fazer consultas, inserir dados, atualizar, deletar, criar e modificar esquemas, como também prover categorias de controle de acesso.
Desta forma, utiliza a álgebra e o cálculo relacional para realizar as consultas que desejar, sempre que conheça seus comandos e os tipos de dados que quer analisar. Dessa maneira, podemos falar de dados quantitativos, que se referem aos números pura e exclusivamente. E também de dados qualitativos, que são justamente qualidades, e você pode usá-las para descrever fatos não quantificáveis em valores numéricos.
Quando usar um banco de dados relacional?
Quando uma empresa quer tomar decisões a partir dos seus próprios dados, convém utilizar bancos de dados relacionais. Podem ser usados para acompanhar o inventário, analisar as finanças de um exercício econômico, avaliar as vendas geradas durante o ano ou projetar o futuro da organização segundo a identificação de padrões e gráficos.
Por exemplo, por meio de uma visualização de dados no Power BI realizada por um analista de dados, é possível identificar se as vendas de uma empresa dedicada ao transporte de passageiros crescerão durante as próximas semanas. Isso é obtido a partir de uma análise descritiva dos anos anteriores, na qual é possível identificar que a cada ano, por exemplo, no período entre dezembro e janeiro, crescem as vendas de passagens.
Então, um banco de dados relacional pode servir de muitas maneiras, mas o importante é ter em conta o tipo de dados que você precisa analisar, para quê você os precisa e o tipo de empresa à qual pertence. Afinal, os bancos de dados relacionais são uma das formas mais eficientes e flexíveis de acessar informações estruturadas. Além disso, o critério da coerência, como parte fundamental de um banco de dados relacional, garante a integridade dos dados que você está guardando e utilizando para análise.
Exemplos de bancos de dados relacionais
Agora que explicamos como funciona um banco de dados relacional, pode ser útil conhecer os sistemas de administração de bancos de dados relacionais existentes no mercado.
Conhecidos também por suas siglas RDBMS, os sistemas de administração de bancos de dados relacionais são programas que ajudam a criar, modificar e gerir bancos de dados relacionais. Estão desenhados para administrar grandes quantidades de informação muito importante para o usuário, especialmente quando a informação se torna cada vez mais complexa.
Alguns exemplos de sistemas de administração de bancos de dados relacionais são MongoDB, Azure SQL Server, PostgreSQL e MySQL Gestão Base de Dados.
Conclusão
Agora que você conhece em profundidade o que é um banco de dados relacional, pode compreender melhor se é a opção adequada para o seu negócio. Como dizíamos, disso dependerão as necessidades dos tipos de dados que você está gerando e os fins para os quais deseja usá-los.
Os bancos de dados relacionais podem ser grandes aliados na tomada de decisões, como também fornecer insights (dados valiosos) sobre o que acontece em uma organização, mesmo quando muitas vezes passa despercebido.